Lucien-Louis Bunel, em religião Padre Jacques de Jesus, nasceu em Barentin (França), em 29 de janeiro de 1900 e morreu em Linz (Áustria) em 2 de junho de 1945.
Muito jovem, Lucien Bunel decidiu tornar-se sacerdote. Entrou no seminário menor de Rouen, onde sua diligência foi apreciada, mas não o seu caráter. Foi ordenado sacerdote em 1º de julho de 1925. Desejava entrar na Ordem Carmelita, mas o arcebispo de Rouen lhe negou a permissão. Só em 1931 Lucien Bunel pôde entrar no noviciado do convento dos carmelitas descalços em Lille, onde assumiu o nome de Frei Jacques de Jesus.
Em 1934, a pedido do provincial, fundou e dirigiu o Petit Collège Sainte-Thérèse de l’Enfant-Jésus em Avon, em uma parte do convento carmelita. Era professor de letras clássicas e supervisor: às vezes, os alunos o chamavam “o santo”.
Durante a Segunda Guerra Mundial, engajou-se rapidamente na Resistência, mesmo continuando sua atividade no colégio de Avon. Ofereceu a proteção da escola a quem quis evitar o serviço de trabalho obrigatório na Alemanha nazista. Permitiu a Lucien Weil, professor de ciências naturais ao qual fora vetado o magistério por ser judeu, que desse algumas aulas no Petit Collège. Padre Jacques acolheu também três meninos judeus – Hans-Elmut Michel, Jacques Halpern e Maurice Schlosser – sob as identidades de Bonnet, Dupré e Sabatier. Embora sua prisão, em 15 de janeiro de 1944, estivesse diretamente ligada à dos três meninos judeus e motivada por uma denúncia, foi principalmente o seu envolvimento na Resistência que levou à deportação definitiva a Gusen, na Áustria.
Assumindo o cuidado com os doentes e a enfermaria, celebrando a missa no campo de concentração e, todos os dias, a oferta de Santa Teresa aos prisioneiros, preocupava-se constantemente com os outros e os mais frágeis. Enquanto os soldados nazistas e guardas procuravam destruí-lo, Padre Jacques estava “reconciliando a guerra com o gênero humano”. Ao final, ficou doente, mas ainda encontrou forças, após a liberação do campo, para representar os franceses nas reuniões do Comitê internacional dos deportados. Morreu por esgotamento em Linz, em 2 de junho de 1945. Seu corpo foi transferido a Avon, ao cemitério do Carmelo.
É honrado no Yad Vashem como “justo entre as nações”. Em 9 de junho de 1985, recebeu (a título póstumo) a medalha de “Justo entre as Nações” do Estado de Israel.










