Henri Grialou (seu nome secular) nasce em uma modesta família de mineiros do Aveyron, no centro da França. Atraído por Deus desde pequeno, deseja ser sacerdote. No seminário menor, descobre a pequena Teresa do Menino Jesus. Estamos em 1908: ele tem 13 anos e fica tocado de modo determinante por essa amizade sobrenatural, que influirá sobre sua vida e sua missão.
No seminário maior, descobre São João da Cruz e se sente fortemente marcado pelo reformador carmelita espanhol do século XVI: entende ser chamado a caminhar em seu seguimento e assemelhar-se a ele. No leito de morte, confessará: “No fundo da alma, é com São João da Cruz que eu vivo”.
É assim que ele entra no noviciado dos carmelitas logo depois da ordenação sacerdotal, em fevereiro de 1922. Aprende a conhecer Teresa d’Ávila, a grande reformadora do Carmelo, e encontra nela a mãe dos espirituais.
1923, 1925, 1926 é o período da beatificação e canonização de Teresa de Lisieux e da proclamação de João da Cruz como Doutor da Igreja. Nosso jovem carmelita (28-31 anos) prega muito em diversos ambientes franceses e percebe em toda parte, particularmente nos leigos, uma sede espiritual que encontra resposta adequada no ensinamento do Carmelo. Entende, então, que sua missão é “conduzir as almas a Deus” e formá-las à união da contemplação e da ação, mostrando-lhes o caminho da oração e da vida no Espírito.
1929: algumas jovens mulheres que querem entregar-se a Deus lhe pedem que as guie. Elas vão entendendo pouco a pouco o pensamento que ele tinha de formar um grupo onde se uniam ação e contemplação no mundo, para levar Deus aonde os homens não o conhecem.
A doação do santuário de Notre-Dame de Vie, em Venasque (Provence), lhe permite começar sua obra. Nasce o Instituto Nossa Senhora da Vida (1923).
1937: Padre Maria Eugênio é eleito Definidor Geral dos Carmelitas em Roma e continuará a sê-lo por 17 anos, até o Capítulo de 1955. É durante esse período romano que Pio XII o nomeia visitador apostólico das monjas carmelitas da França e lhe pede que as uma em federação.
Trabalhador incansável, encontra também tempo para publicar em dois tomos a sua obra-prima: Quero ver a Deus (1949-1951).
Em 1955, volta à França, onde poderá ocupar-se mais de perto da sua fundação, sem esquecer sua província carmelita de Avignon, já que, quando morre, em 27 de março de m1967, está exercendo o seu terceiro mandato como provincial dos carmelitas.
A cerimônia da beatificação se deu em 19 de novembro de 2016.