Nasceu em Siwcowka (diocese de Cracóvia) em 1876, nona de dez filhos da família Siwiec. É chamada por todos pelo diminutivo Kundusia.
Respira a serenidade da paisagem e da família. O pai, mesmo em idade avançada, ia ao pasto assobiando e cantando; e à noite, sentado à porta de casa, encantava-se ao admirar os matizes do pôr do sol. Kundusia aprende a ler e a assinar o nome participando, nos meses de inverno, de uma espécie de “escola noturna”, na qual seus professores são os habitantes mais instruídos do vilarejo. Em compensação, cresce determinada, com vontade forte e profundamente religiosa. Tem um noivo a quem ama muito e com o qual já faz projetos de casamento.
A reviravolta em sua vida acontece em 1896, ao participar da missão popular pregada por um padre redentorista: Kundusia, com 20 anos e um casamento em vista, descobre improvisamente sua vocação a “viver no mundo, mas apenas para Cristo”. Reorganiza, assim, sua vida em torno desse ideal, dando a precedência absoluta às coisas espirituais. Começa por inscrever-se no Apostolado da Oração, frequenta um curso de catequese para preparar ao matrimônio as moças das regiões montanhosas e as crianças para a primeira Comunhão. Por fim, adere à Ordem Terceira carmelitana. No vilarejo, observam a sua metamorfose: de uma jovem “como todas” a – gradativamente – sempre mais “de Jesus”. Não sabem, mas conseguem intuir que, por trás de tudo isso, há uma grande intimidade com o Céu, derivada e sustentada por longas horas de oração “coração a coração” com Jesus.
Em 1929, oferece o terreno que lhe tocaria em herança para construir um “centro educativo”: uma escola regular – em suma, aquela que ela jamais pôde frequentar, regida por Irmãs autorizadas que, além disso, cuidem da educação de crianças e adultos. Anexa ao centro, é construída também uma capela. E somente a partir daquele ano Kundusia tem a alegria e a oportunidade da missa diária.
A Eucaristia dá asas à sua espiritualidade e faz crescer sua intimidade com Jesus. Não se sabe com exatidão a partir de quando, mas, particularmente após a Comunhão, começou a ouvir “locuções interiores”. Kundusia o revela ao confessor apenas em 1942, com um pouco de embaraço, admitindo que isso acontecia há muito tempo. Isto a leva a amadurecer paulatinamente a decisão de oferecer sua vida em reparação pelos pecados do mundo e faz crescer nela uma oblatividade completa, em união ao sacrifício de Jesus na cruz.
Começam a afluir à casa de Kundusia pessoas simples e cultas, sacerdotes e religiosas, para um conselho, uma ajuda espiritual, um estímulo ao bem: todos recebem dessa mulher iletrada aquilo de que precisam. Entrando em sua casa, encontram-na empenhada com os irmãos na leitura de obras místicas, que comenta com uma profundidade e competência que deixam pasmos os especialistas em teologia. Sua união completa com Jesus chega ao ponto mais alto com a aceitação alegre do sofrimento: em 1948, é atingida por um tumor ósseo com metástase difusa, com sofrimentos indizíveis escondidos por trás de sua costumeira atitude sorridente e brincalhona. Tudo é oferecido em reparação pelos pecados do mundo, tudo é vivido em união ao sacrifício da cruz.
Morre serenamente, entre dores lancinantes, em 27 de junho de 1955.
A investigação diocesana sobre “vida, virtudes e fama de santidade” foi aberta em 21 de dezembro de 2007 e encerrada em 28 de outubro de 2011 na arquidiocese de Cracóvia. O decreto de validade foi concedido em 1º de março de 2013.